CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS NO ENEM-VESTIBULARES-CONCURSOS-SIMULADOS-DICAS DE ESTUDOS-MACETES-TÉCNICAS DE MEMORIZAÇÃO E APRENDIZAGEM
CLÁSSICOS DE NAPOLEON HILL
sexta-feira, 8 de abril de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Sociologia: Durkheim Propõe uma Teoria do Fato Social- solidariedade mecânica e solidariedade Orgânica

Por sua vez, E. Durkheim, em Da Divisão do Trabalho Social, de 1893, coloca duas questões sobre as relações entre os indivíduos e a coletividade:
· como pode um conjunto de indivíduos constituir uma sociedade?
· como este conjunto de indivíduos consegue obter um consenso para a convivência?
Segundo Durkheim, duas formas de solidariedade social podem ser constatadas: a solidariedade mecânica, típica das sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificam através da família, da religião, da tradição, dos costumes. É uma sociedade que tem coerência porque os indivíduos ainda não se diferenciam. Reconhecem os mesmos valores, os mesmos sentimentos, os mesmos objetos sagrados, porque pertencem a uma coletividade. E a solidariedade orgânica, característica das sociedades capitalistas, onde, através da divisão do trabalho social, os indivíduos tornam-se interdependentes, garantindo, assim, a união social, mas não pelos costumes, tradições etc. Os indivíduos não se assemelham, são diferentes e necessários, como os órgãos de um ser vivo. Assim, o efeito mais importante da divisão do trabalho não é o aumento da produtividade, mas a solidariedade que gera entre os homens.
Algumas idéias fundamentais decorrem desta análise, como o conceito de consciência coletiva: "O conjunto de crenças e de sentimentos comuns entre os membros de uma mesma sociedade, forma um sistema determinado que tem sua vida própria; podemos chamá-la de consciência coletiva ou comum. Sem dúvida, ela não tem como substrato um órgão único; é, por definição, difusa, ocupando toda a extensão da sociedade; mas nem por isso deixa de ter características específicas, que a tornam uma realidade distinta. Com efeito, ela é independente das condições particulares em que se situam os indivíduos. Estes passam, ela fica. É a mesma no Norte e no Sul, nas grandes e nas pequenas cidades, nas diferentes profissões. Por outro lado, não muda em cada geração, mas ao contrário liga as gerações que se sucedem. Portanto, não se confunde com as consciências particulares, embora se realize apenas nos indivíduos. É o tipo psíquico da sociedade, tipo que tem suas propriedades, condições de existência, seu modo de desenvolvimento, exatamente como os tipos individuais, embora de outra maneira".
Nas sociedades dominadas pela solidariedade mecânica a consciência coletiva abrange a maior parte dos membros desta sociedade. Nas sociedades dominadas pela solidariedade orgânica há uma redução desta consciência coletiva porque os indivíduos são diferenciados. Por isso, nestas últimas, em oposição às primeiras, ocorre um enfraquecimento das reações coletivas contra a violação das proibições sociais e há, especialmente, uma margem maior na interpretação individual dos imperativos sociais.
Durkheim defende também o primado da sociedade sobre o indivíduo:
· as sociedades têm prioridade histórica sobre os indivíduos
· as sociedades têm prioridade lógica sobre os indivíduos, porque se a solidariedade mecânica precede a solidariedade orgânica, não se pode explicar a diferenciação social a partir dos indivíduos, pois a consciência de individualidade não pode existir antes da solidariedade orgânica e da divisão do trabalho social.
Daí que os fenômenos individuais devem ser explicados a partir da coletividade, e não a coletividade pelos fenômenos individuais. Donde a divisão do trabalho ser um fenômeno social que só pode ser explicado por outro fenômeno social, como a combinação do volume, densidade material e moral de uma sociedade, sendo que o único grupo social que pode proporcionar a integração dos indivíduos na coletividade é a corporação profissional.
Em outra importante obra, publicada em 1912, As Formas Elementares da Vida Religiosa, E. Durkheim propõe a elaboração de uma teoria geral da religião fundamentada nas formas mais simples e primitivas das instituições religiosas. Durkheim acredita, assim, que se possa apreender a essência de um fenômeno social observando suas formas mais elementares. Por isso parte do estudo do totemismo nas tribos australianas, chegando à conclusão de que os homens adoram uma realidade que os ultrapassa, que sobrevive a eles, mas que esta realidade é a própria sociedade sacralizada como força superior. Nem as forças naturais, nem os espíritos, nem as almas são sagradas por si mesmas. Só a sociedade é uma realidade sagrada por si mesma. Pertence à ordem da natureza, mas a ultrapassa. É ao mesmo tempo causa do fenômeno religioso e justificativa da distinção entre sagrado e profano. Para Durkheim, qualquer crença ou prática religiosa é semelhante às práticas totêmicas.
Mas por que a própria sociedade torna-se objeto de crença e culto? Durkheim explica: "De maneira geral, não há dúvida de que uma sociedade tem tudo o que é preciso para despertar nos espíritos, unicamente pela ação que ele exerce sobre eles, a sensação do divino; porque ela é para os seus membros o que um deus é para os seus fiéis. Um deus, com efeito, é antes de tudo um ser que o homem imagina, em determinados aspectos, como superior a si mesmo e de quem acredita depender. Quer se trate de personalidade consciente, como Zeus ou Javé, ou então de forças abstratas como as que estão presentes no totemismo, o fiel, tanto num caso como no outro, acredita-se obrigado a determinadas maneiras de agir que lhe são impostas pela natureza do princípio sagrado com o qual se sente em relação. Ora, a sociedade também alimenta em nós a sensação de contínua dependência. Como tem natureza que lhe é própria, diferente da nossa natureza de indivíduo, ela visa a fins que lhe são igualmente especiais: mas, como só pode atingi-los por nosso intermédio, reclama imperiosamente nosso concurso. Ela exige que, esquecidos de nossos interesses, nos tornemos seus servidores e nos impõe toda espécie de incômodos, de privações e de sacrifícios sem os quais a vida social seria impossível. É por isso que a cada instante somos obrigados a nos submeter a regras de comportamento e de pensamento que não fizemos nem quisemos, e que às vezes são até contrárias às nossas tendências e aos nossos instintos fundamentais.
Todavia, se a sociedade só obtivesse de nós essas concessões e esses sacrifícios por imposição material, não poderia despertar em nós senão a idéia de força física à qual devemos ceder por necessidade, e não a idéia de força moral do gênero das que as religiões adoram. Mas na realidade, o domínio que ela exerce sobre as consciências vincula-se muito menos à supremacia física de que tem o privilégio do que à autoridade moral de que está investida. Se nos submetemos às suas ordens, não é simplesmente porque está armada de maneira a triunfar das nossas resistências, é, antes de tudo, porque constitui o objeto de autêntico respeito".
Em As Regras do Método Sociológico, de 1895, Durkheim propõe, com sua sociologia formular uma teoria do fato social, demonstrando que pode haver uma ciência sociológica objetiva e científica, como nas ciências físico-matemáticas.
Para que haja tal ciência são necessárias duas coisas: um objeto específico que se distinga dos objetos das outras ciências e um objeto que possa ser observado e explicado, como se faz nas ciências.
Daí duas outras importantes afirmações de Durkheim:
· os fatos sociais devem ser considerados como coisas
· os fatos sociais exercem uma coerção sobre os indivíduos.
E explica: "É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior; ou ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais".
E na conclusão deste mesmo livro resume as características deste método sociológico: "Em primeiro lugar, é independente de qualquer filosofia (...) Em segundo lugar, o nosso método é objetivo. É totalmente dominado pela idéia de que os fatos sociais são coisas e devem ser tratados como tais (...) Mas, se consideramos os fatos sociais como coisas, consideramo-los como coisas sociais. A terceira característica do nosso método é ser exclusivamente sociológico (...) Mostramos que um fato social só pode ser explicado por um outro fato social e, simultaneamente, como este tipo de explicação é possível assinalando no meio social interno o motor principal da evolução coletiva (...) Tais nos parecem ser os princípios do método sociológico".
. Cf. ARON, R., As etapas do pensamento sociológico, São Paulo, Martins Fontes/Editora da UnB, 19872, pp. 295-375.
. DURKHEIM, E., De la division de travail social, Paris, PUF, 1960, p. 46 ou em http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k56859610, p. 46.
. DURKHEIM, E., As Formas Elementares da Vida Religiosa, pp. 260-261.
. DURKHEIM, E., As Regras do Método Sociológico, pp. 92-93.
. Idem, ibidem, pp. 159-161.
terça-feira, 5 de abril de 2011
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Snopse Filme Fale Com Ela - Filosofia - Aula de Ética
Lançamento:
Direção:
Atores:
Duração:
Gênero:
Status:
Arquivado Drama 116 min Javier Cámara, Darío Grandinetti, Rosario Flores, 2002 (Espanha)Pedro Almodóvar Leonor Watling.
Sinopse
Em Madri vive Benigno Martin (Javier Cámara), um enfermeiro cujo apartamento fica diante de uma academia de balé, comandada por Katerina Bilova (Geraldine Chaplin). Ele fica freqüentemente na janela da sua casa, vendo com especial atenção uma das estudantes de Katerina, Alicia Roncero (Leonor Watling), por quem está apaixonado. Benigno chega ao ponto de marcar uma consulta com o pai dela, uma psiquiatra que tem um consultório na própria casa, só para ter uma chance de falar com Alicia, mas agora só consegue lhe dar um susto. Antes, porém, Benigno entrou no quarto dela e olhou o recinto com admiração, tendo roubado um prendedor de cabelos dela. Quando Alicia é ferida em um acidente de carro, que a deixa em um coma, é internada no hospital onde Benigno trabalha. Ele passa a cuidar dela, mas a atenção que dispensa com Alicia é totalmente acima do normal. Além disto Benigno fala com ela o tempo todo, movido por um misto de fé e amor, pois crê que de alguma forma ela possa ouvir. Após quatro anos, o quadro dela está inalterado e a dedicação que Benigno sente por ela também. Marco Zuluaga (Darío Grandinetti), um jornalista, é designado para entrevistar Lydia Gonzalez (Rosario Flores), uma conhecida toureira que teve o nome nos tablóides ao ter um tempestuoso romance com "El Nino de Valência" , um toureiro. Inicialmente ela foi ríspida, mas após ele ter matado uma cobra que estava na casa dela se tornou mais amável. Logo os dois iniciam uma relação, que estava destinada a ser curta, pois Lydia é atingida por um touro e considerada clinicamente morta. Por coincidência ela é internada no mesmo hospital onde está Alicia e logo Benigno e Marco ficam amigos, pois no início Marco nem conseguia tocar em Lydia, mas recebeu de Benigno um simples conselho: fale com ela.
(Hable con Ella)
sábado, 2 de abril de 2011
Filosofia : Inútil? Útil? - Marilena Chauí
O primeiro ensinamento filosófico é perguntar: O que é o útil? Para que e para
quem algo é útil? O que é o inútil? Por que e para quem algo é inútil?
O senso comum de nossa sociedade considera útil o que dá prestígio, poder, fama
e riqueza. Julga o útil pelos resultados visíveis das coisas e das ações,
identificando utilidade e a famosa expressão “levar vantagem em tudo”. Desse
ponto de vista, a Filosofia é inteiramente inútil e defende o direito de ser inútil.
Não poderíamos, porém, definir o útil de outra maneira?
Platão definia a Filosofia como um saber verdadeiro que deve ser usado em
benefício dos seres humanos.
Descartes dizia que a Filosofia é o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito de
todas as coisas que os humanos podem alcançar para o uso da vida, a
conservação da saúde e a invenção das técnicas e das artes.
Kant afirmou que a Filosofia é o conhecimento que a razão adquire de si mesma
para saber o que pode conhecer e o que pode fazer, tendo como finalidade a
felicidade humana.
Marx declarou que a Filosofia havia passado muito tempo apenas contemplando
o mundo e que se tratava, agora, de conhecê-lo para transformá-lo, transformação
que traria justiça, abundância e felicidade para todos.
Merleau-Ponty escreveu que a Filosofia é um despertar para ver e mudar nosso
mundo.
Espinosa afirmou que a Filosofia é um caminho árduo e difícil, mas que pode ser
percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade.
Qual seria, então, a utilidade da Filosofia?
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se
deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for
útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for
útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na
política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem
conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a
felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de
todos os saberes de que os seres humanos são capazes.
( Extraído da Obra : Convite à Filosofia – Marilena Chauí – pg 24.)
Mitologia Grega : A Caixa de Pandora
A Caixa de Pandora
A mulher não fora ainda criada. A versão (bem absurda) é que Júpiter a fez e enviou-a a Prometeu e seu irmão, para puni-los pela ousadia de furtar o fogo do céu, e ao homem, por tê-lo aceito. A primeira mulher chamava-se Pandora. Foi feita no céu, e cada um dos deuses contribuiu com alguma coisa para aperfeiçoá-la. Vênus deu-lhe a beleza, Mercúrio a persuasão, Apolo a música, etc. Assim dotada, a mulher foi mandada à terra e oferecida a Epimeteu, que de boa vontade a aceitou, embora advertido pelo irmão para ter cuidado com Júpiter e seus presentes. Epimeteu tinha em sua casa uma caixa, na qual guardava certos artigos malignos, de que não se utilizara, ao preparar o homem para sua nova morada. Pandora foi tomada por intensa curiosidade de saber o que continha aquela caixa, e, certo dia, destampou-a para olhar. Assim, escapou e se espalhou por toda a parte uma multidão de pragas que atingiram o desgraçado homem, tais como a gota, o reumatismo e a cólica para o corpo, e a inveja, o despeito e a vingança para o espírito. Pandora apressou-se em colocar a tampa na caixa, mas, infelizmente, escapara todo o conteúdo da mesma, com exceção de uma única coisa, que ficara no fundo, e que era a esperança. Assim, sejam quais forem os males que nos ameacem, a esperança não nos deixa inteiramente; e, enquanto a tivermos nenhum mal nos torna inteiramente desgraçados.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
quinta-feira, 31 de março de 2011
O Mito de Narciso - A fonte da vaidade
MITO DE NARCISO: A FONTE DA VAIDADE
Narciso era filho do deus-rio Cephisus e da ninfa Liriope, e era um jovem de extrema beleza. Porém, à despeito da cobiça que despertava nas ninfas e donzelas, Narciso preferia viver só, pois não havia encontrado ninguém que julgasse merecedora do seu amor. E foi justamente este desprezo que devotava às jovens a sua perdição.
Pois havia uma bela ninfa, Eco, amante dos bosques e dos montes, companheira favorita de Diana em suas caçadas. Mas Eco tinha um grande defeito: falava demais, e tinha o costume de dar sempre a última palavra em qualquer conversa da qual participava.
Um dia Hera, desconfiada - com razão - que seu marido estava divertindo-se com as ninfas, saiu em sua procura. Eco usou sua conversa para entreter a deusa enquanto suas amigas ninfas se escondiam. Hera, percebendo a artimanha da ninfa, condenou-a a não mais poder falar uma só palavra por sua iniciativa, a não ser responder quando interpelada.
Assim a ninfa passeava por um bosque quando viu Narciso que perseguia a caça pela montanha. Como era belo o jovem, e como era forte a paixão que a assaltou! Seguiu-lhe os passos e quis dirigir-lhe a palavra, falar o quanto ela o queria... Mas não era possível - era preciso esperar que ele falasse primeiro para então responder-lhe. Distraída pelos seus pensamentos, não percebeu que o jovem dela se aproximara. Tentou se esconder rapidamente, mas Narciso ouviu o barulho e caminhou em sua direção:
- Há alguém aqui?
- Aqui! - respondeu Eco.
Narciso olhou em volta e não viu ninguém. Queria saber quem estava se escondendo dele, e quem era a dona daquela voz tão bonita.
- Vem - gritou.
- Vem! - respondeu Eco.
- Por que foges de mim?
- Por que foges de mim?
- Eu não fujo! Vem, vamos nos juntar!
- Juntar! - a donzela não podia conter sua felicidade ao correr em direção do amado que fizera tal convite.
Narciso, vendo a ninfa que corria em sua direção, gritou:
- Afasta-te! Prefiro morrer do que te deixar me possuir!
- Me possuir... - disse Eco.
Foi terrível o que se passou. Narciso fugiu, e a ninfa, envergonhada, correu para se esconder no recesso dos bosques. Daquele dia em diante, passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. Evitava o contato com os outros seres, e não se alimentava mais. Com o pesar, seu corpo foi definhando, até que suas carnes desapareceram completamente. Seus ossos se transformaram em rocha. Nada restou além da sua voz. Eco, porém, continua a responder a todos que a chamem, e conserva seu costume de dizer sempre a última palavra.
Não foi em vão o sofrimento da ninfa, pois do alto, do Olimpo, Nêmesis vira tudo o que se passou. Como punição, condenou Narciso a um triste fim, que não demorou muito a ocorrer.
Havia, não muito longe dali, uma fonte clara, de águas como prata. Os pastores não levavam para lá seu rebanho, nem cabras ou qualquer outro animal a freqüentava. Não era tampouco enfeada por folhas ou por galhos caídos de árvores. Era linda, cercada de uma relva viçosa, e abrigada do sol por rochedos que a cercavam. Ali chegou um dia Narciso, fatigado da caça, e sentindo muito calor e muita sede.
Narciso debruçou sobre a fonte para banhar-se e viu, surpreso, uma bela figura que o olhava de dentro da fonte. "Com certeza é algum espírito das águas que habita esta fonte. E como é belo!", disse, admirando os olhos brilhantes, os cabelos anelados como os de Apolo, o rosto oval e o pescoço de marfim do ser. Apaixonou-se pelo aspecto saudável e pela beleza daquele ser que, de dentro da fonte, retribuía o seu olhar.
Não podia mais se conter. Baixou o rosto para beijar o ser, e enfiou os braços na fonte para abraça-lo. Porém, ao contato de seus braços com a água da fonte, o ser sumiu para voltar depois de alguns instantes, tão belo quanto antes.
Porque me desprezas, bela criatura? E por que foges ao meu contato? Meu rosto não deve causar-te repulsa, pois as ninfas me amam, e tu mesmo não me olhas com indiferença. Quando sorrio, também tu sorris, e responde com acenos aos meus acenos. Mas quando estendo os braços, fazes o mesmo para então sumires ao meu contato.
Suas lágrimas caíram na água, turvando a imagem. E, ao vê-la partir, Narciso exclamou:
- Fica, peço-te, fica! Se não posso tocar-te, deixe-me pelo menos admirar-te.
Assim Narciso ficou por dias a admirar sua própria imagem na fonte, esquecido de alimento e de água, seu corpo definhando. As cores e o vigor deixaram seu corpo, e quando ele gritava "Ai, ai", Eco respondia com as mesmas palavras. Assim o jovem morreu.
As ninfas choraram seu triste destino. Prepararam uma pira funerária e teriam cremado seu corpo se o tivessem encontrado. No lugar onde faleceu, entretanto, as ninfas encontraram apenas uma flor roxa, rodeada de folhas brancas. E, em memória do jovem Narciso, aquela flor passou a ser conhecida pelo seu nome.
Dizem ainda, que quando a sombra de Narciso atravessou o rio Estige, em direção ao Hades, ela debruçou-se sobre suas águas para contemplar sua figura.
Narciso era filho do deus-rio Cephisus e da ninfa Liriope, e era um jovem de extrema beleza. Porém, à despeito da cobiça que despertava nas ninfas e donzelas, Narciso preferia viver só, pois não havia encontrado ninguém que julgasse merecedora do seu amor. E foi justamente este desprezo que devotava às jovens a sua perdição.
Pois havia uma bela ninfa, Eco, amante dos bosques e dos montes, companheira favorita de Diana em suas caçadas. Mas Eco tinha um grande defeito: falava demais, e tinha o costume de dar sempre a última palavra em qualquer conversa da qual participava.
Um dia Hera, desconfiada - com razão - que seu marido estava divertindo-se com as ninfas, saiu em sua procura. Eco usou sua conversa para entreter a deusa enquanto suas amigas ninfas se escondiam. Hera, percebendo a artimanha da ninfa, condenou-a a não mais poder falar uma só palavra por sua iniciativa, a não ser responder quando interpelada.
Assim a ninfa passeava por um bosque quando viu Narciso que perseguia a caça pela montanha. Como era belo o jovem, e como era forte a paixão que a assaltou! Seguiu-lhe os passos e quis dirigir-lhe a palavra, falar o quanto ela o queria... Mas não era possível - era preciso esperar que ele falasse primeiro para então responder-lhe. Distraída pelos seus pensamentos, não percebeu que o jovem dela se aproximara. Tentou se esconder rapidamente, mas Narciso ouviu o barulho e caminhou em sua direção:
- Há alguém aqui?
- Aqui! - respondeu Eco.
Narciso olhou em volta e não viu ninguém. Queria saber quem estava se escondendo dele, e quem era a dona daquela voz tão bonita.
- Vem - gritou.
- Vem! - respondeu Eco.
- Por que foges de mim?
- Por que foges de mim?
- Eu não fujo! Vem, vamos nos juntar!
- Juntar! - a donzela não podia conter sua felicidade ao correr em direção do amado que fizera tal convite.
Narciso, vendo a ninfa que corria em sua direção, gritou:
- Afasta-te! Prefiro morrer do que te deixar me possuir!
- Me possuir... - disse Eco.
Foi terrível o que se passou. Narciso fugiu, e a ninfa, envergonhada, correu para se esconder no recesso dos bosques. Daquele dia em diante, passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. Evitava o contato com os outros seres, e não se alimentava mais. Com o pesar, seu corpo foi definhando, até que suas carnes desapareceram completamente. Seus ossos se transformaram em rocha. Nada restou além da sua voz. Eco, porém, continua a responder a todos que a chamem, e conserva seu costume de dizer sempre a última palavra.
Não foi em vão o sofrimento da ninfa, pois do alto, do Olimpo, Nêmesis vira tudo o que se passou. Como punição, condenou Narciso a um triste fim, que não demorou muito a ocorrer.
Havia, não muito longe dali, uma fonte clara, de águas como prata. Os pastores não levavam para lá seu rebanho, nem cabras ou qualquer outro animal a freqüentava. Não era tampouco enfeada por folhas ou por galhos caídos de árvores. Era linda, cercada de uma relva viçosa, e abrigada do sol por rochedos que a cercavam. Ali chegou um dia Narciso, fatigado da caça, e sentindo muito calor e muita sede.
Narciso debruçou sobre a fonte para banhar-se e viu, surpreso, uma bela figura que o olhava de dentro da fonte. "Com certeza é algum espírito das águas que habita esta fonte. E como é belo!", disse, admirando os olhos brilhantes, os cabelos anelados como os de Apolo, o rosto oval e o pescoço de marfim do ser. Apaixonou-se pelo aspecto saudável e pela beleza daquele ser que, de dentro da fonte, retribuía o seu olhar.
Não podia mais se conter. Baixou o rosto para beijar o ser, e enfiou os braços na fonte para abraça-lo. Porém, ao contato de seus braços com a água da fonte, o ser sumiu para voltar depois de alguns instantes, tão belo quanto antes.
Porque me desprezas, bela criatura? E por que foges ao meu contato? Meu rosto não deve causar-te repulsa, pois as ninfas me amam, e tu mesmo não me olhas com indiferença. Quando sorrio, também tu sorris, e responde com acenos aos meus acenos. Mas quando estendo os braços, fazes o mesmo para então sumires ao meu contato.
Suas lágrimas caíram na água, turvando a imagem. E, ao vê-la partir, Narciso exclamou:
- Fica, peço-te, fica! Se não posso tocar-te, deixe-me pelo menos admirar-te.
Assim Narciso ficou por dias a admirar sua própria imagem na fonte, esquecido de alimento e de água, seu corpo definhando. As cores e o vigor deixaram seu corpo, e quando ele gritava "Ai, ai", Eco respondia com as mesmas palavras. Assim o jovem morreu.
As ninfas choraram seu triste destino. Prepararam uma pira funerária e teriam cremado seu corpo se o tivessem encontrado. No lugar onde faleceu, entretanto, as ninfas encontraram apenas uma flor roxa, rodeada de folhas brancas. E, em memória do jovem Narciso, aquela flor passou a ser conhecida pelo seu nome.
Dizem ainda, que quando a sombra de Narciso atravessou o rio Estige, em direção ao Hades, ela debruçou-se sobre suas águas para contemplar sua figura.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Senso Moral, Consciência Moral, Juízo de Fato e Juízo de Valor- Por Marilena Chauí
Senso Moral, Consciência Moral, Juízo de Fato e Juízo de Valor
MARILENA CHAUÍ
SENSO MORAL
Muitas vezes, tomamos conhecimento de movimentos nacionais e internacionais de luta contra a fome. Ficamos sabendo que, em outros países e no nosso, milhares de pessoas, sobretudo crianças e velhos, morrem de penúria e inanição. Sentimos piedade. Sentimos indignação diante de tamanha injustiça (especialmente quando vemos o desperdício dos que não têm fome e vivem na abundância). Sentimos responsabilidade. Movidos pela solidariedade, participamos de campanhas contra a fome. Nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral.
Quantas vezes, levados por algum impulso incontrolável ou por alguma emoção forte (medo, orgulho, ambição, vaidade, covardia), fazemos alguma coisa de que, depois, sentimos vergonha, remorso, culpa. Gostaríamos de voltar atrás no tempo e agir de modo diferente. Esses sentimentos também exprimem nosso senso moral.
Em muitas ocasiões, ficamos contentes e emocionados diante de uma pessoa cujas palavras e ações manifestam honestidade, honradez, espírito de justiça, altruísmo, mesmo quando tudo isso lhe custa sacrifícios. Sentimos que há grandeza e dignidade nessa pessoa. Temos admiração por ela e desejamos imitá-la. Tais sentimentos e admiração também exprimem nosso senso moral.
Não raras vezes somos tomados pelo horror diante da violência: chacinas de seres humanos e animais, linchamentos, assassinatos brutais, estupros, genocídio, torturas e suplícios. Com freqüência, ficamos indignados ao saber que um inocente foi injustamente acusado e condenado, enquanto o verdadeiro culpado permanece impune. Sentimos cólera diante do cinismo dos mentirosos, dos que usam outras pessoas como instrumento para seus interesses e para conseguir vantagens às custas da boa-fé de outros. Todos esses sentimentos manifestam nosso senso moral.
Vivemos certas situações, ou sabemos que foram vividas por outros, como situações de extrema aflição e angústia. Assim, por exemplo, uma pessoa querida, com uma doença terminal, está viva apenas porque seu corpo está ligado a máquinas que a conservam. Suas dores são intoleráveis. Inconsciente, geme no sofrimento. Não seria melhor que descansasse em paz? Não seria preferível deixá-la morrer? Podemos desligar os aparelhos? Ou não temos o direito de fazê-lo? Que fazer? Qual a ação correta?
Um pai de família desempregado, com vários filhos pequenos e a esposa doente, recebe uma oferta de emprego, mas que exige que seja desonesto e cometa irregularidades que beneficiem seu patrão. Sabe que o trabalho lhe permitirá sustentar os filhos e pagar o tratamento da esposa. Pode aceitar o emprego, mesmo sabendo o que será exigido dele? Ou deve recusá-lo e ver os filhos com fome e a mulher morrendo?
Um rapaz namora, há tempos, uma moça de quem gosta muito e é por ela correspondido. Conhece uma outra. Apaixona-se perdidamente e é correspondido. Ama duas mulheres e ambas o amam. Pode ter dois amores simultâneos, ou estará traindo a ambos e a si mesmo? Deve magoar uma delas e a si mesmo, rompendo com uma para ficar com a outra? O amor exige uma única pessoa amada ou pode ser múltiplo? Que sentirão as duas mulheres, se ele lhes contar o que se passa? Ou deverá mentir para ambas? Que fazer? Se, enquanto está atormentado pela decisão, um conhecido o vê ora com uma das mulheres, ora com a outra e, conhecendo uma delas, deve contar a ela o que viu? Em nome da amizade, deve falar ou calar?
Uma mulher vê um roubo. Vê uma criança maltrapilha e esfomeada roubar frutas e pães numa mercearia. Sabe que o dono da mercearia está passando por muitas dificuldades e que o roubo fará diferença para ele. Mas também vê a miséria e a fome da criança. Deve denunciá-la, julgando que com isso a criança não se tornará um adulto ladrão e o proprietário da mercearia não terá prejuízo? Ou deverá silenciar, pois a criança corre o risco de receber punição excessiva, ser levada para a polícia, ser jogada novamente às ruas e, agora, revoltada, passar do furto ao homicídio? Que fazer?
CONSCIÊNCIA MORAL
Situações como essas – mais dramáticas ou menos dramáticas – surgem sempre em nossas vidas. Nossas dúvidas quanto à decisão a tomar não manifestam apenas nosso senso moral, mas também põem à prova nossa consciência moral, pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e que assumamos todas as conseqüências delas, porque somos responsáveis por nossas opções.
Todos os exemplos mencionados indicam que o senso moral e a consciência moral referem-se a valores (justiça, honradez, espírito de sacrifício, integridade, generosidade), a sentimentos provocados pelos valores (admiração, vergonha, culpa, remorso, contentamento, cólera, amor, dúvida, medo) e a decisões que conduzem a ações com conseqüências para nós e para os outros. Embora os conteúdos dos valores variem, podemos notar que estão referidos a um valor mais profundo, mesmo que apenas subentendido: o bom ou o bem. Os sentimentos e as ações, nascidos de uma opção entre o bom e o mau ou entre o bem e o mal, também estão referidos a algo mais profundo e subentendido: nosso desejo de afastar a dor e o sofrimento e de alcançar a felicidade, seja por ficarmos contentes conosco mesmos, seja por recebermos a aprovação dos outros.
O senso e a consciência moral dizem respeito a valores, sentimentos, intenções, decisões e ações referidos ao bem e ao mal e ao desejo de felicidade. Dizem respeito às relações que mantemos com os outros e, portanto, nascem e existem como parte de nossa vida intersubjetiva.
JUÍZO DE FATO E DE VALOR
Se dissermos: “Está chovendo”, estaremos enunciando um acontecimento constatado por nós e o juízo proferido é um juízo de fato. Se, porém, falarmos: “A chuva é boa para as plantas” ou “A chuva é bela”, estaremos interpretando e avaliando o acontecimento. Nesse caso, proferimos um juízo de valor.
Juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por que são. Em nossa vida cotidiana, mas também na metafísica e nas ciências, os juízos de fato estão presentes. Diferentemente deles, os juízos de valor - avaliações sobre coisas, pessoas e situações - são proferidos na moral, nas artes, na política, na religião.
Juízos de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis.
Os juízos éticos de valor são também normativos, isto é, enunciam normas que determinam o dever ser de nossos sentimentos, nossos atos, nossos comportamentos. São juízos que enunciam obrigações e avaliam intenções e ações segundo o critério do correto e do incorreto.
Os juízos éticos de valor nos dizem o que são o bem, o mal, a felicidade. Os juízos éticos normativos nos dizem que sentimentos, intenções, atos e comportamentos devemos ter ou fazer para alcançarmos o bem e a felicidade. Enunciam também que atos, sentimentos, intenções e comportamentos são condenáveis ou incorretos do ponto de vista moral.
Como se pode observar, senso moral e consciência moral são inseparáveis da vida cultural, uma vez que esta define para seus membros os valores positivos e negativos que devem respeitar ou detestar.
Qual a origem da diferença entre os dois tipos de juízos? A diferença entre a Natureza e a Cultura. A primeira, como vimos, é constituída por estruturas e processos necessários, que existem em si e por si mesmos, independentemente de nós: a chuva é um fenômeno meteorológico cujas causas e cujos efeitos necessários podemos constatar e explicar.
Por sua vez, a Cultura nasce da maneira como os seres humanos interpretam a si mesmos e suas relações com a Natureza, acrescentando-lhe sentidos novos, intervindo nela, alterando-a através do trabalho e da técnica, dando-lhe valores. Dizer que a chuva é boa para as plantas pressupõe a relação cultural dos humanos com a Natureza, através da agricultura. Considerar a chuva bela pressupõe uma relação valorativa dos humanos com a Natureza, percebida como objeto de contemplação.
Freqüentemente, não notamos a origem cultural dos valores éticos, do senso moral e da consciência moral, porque somos educados (cultivados) para eles e neles, como se fossem naturais ou fáticos, existentes em si e por si mesmos. Para garantir a manutenção dos padrões morais através do tempo e sua continuidade de geração a geração, as sociedades tendem a naturalizá-los. A naturalização da existência moral esconde, portanto, o mais importante da ética: o fato de ela ser criação histórico-cultural.
CARTA-MANIFESTO EM DEFESA DO ENSINO DE FILOSOFIA DO
CARTA-MANIFESTO EM DEFESA DO ENSINO DE FILOSOFIA DO
COLETIVO DE PROFESSORES DE FILOSOFIA DO ESTADO DO PARANÁ
Curitiba, 10 de dezembro de 2010.
O conjunto de participantes do encontro O Ensino de Filosofia em Foco: Diálogos em
Construção: V Coletivo de Professores de Filosofia do Paraná e XIV Encontro do Núcleo de
Estudos Sobre o Ensino da Filosofia / Educação Filosófica - NESEF, composto por
professores e pesquisadores de Filosofia no Ensino Médio e nas Universidades do Paraná,
lideranças sindicais afeitas à educação e educadores Paranaenses, tendo em vista:
(I) as conquistas educacionais, tanto em termos das Diretrizes Curriculares Estaduais para
a Educação Básica, das Orientações Curriculares Nacionais de Filosofia, da Edição e
distribuição do Livro Didático Público de Filosofia e da Antologia de Textos Filosóficos,
da inclusão da Filosofia no Programa Nacional do Livro Didático do Ensino Médio,
quanto em termos da conquista de um espaço curricular próprio nas três séries do Ensino
Médio, garantido com a aprovação da Lei nº 11.684/2008;
(II) a busca do processo pedagógico emancipatório na Educação Básica, com o qual a
disciplina de Filosofia tem contribuído;
(III) as possibilidades e desafios quanto à organização e implementação das políticas
educacionais nas gestões de Estado que se iniciam no ano de 2011, nos âmbitos Federal e
Estadual;
(IV) as disposições da Declaração de Paris para a Filosofia, ratificadas por diversas
entidades nacionais e internacionais, vem a público para:
1) Reafirmar os imperativos educacionais da gratuidade, qualidade, laicidade, gestão
democrática e atendimento universal, mantendo-os e aprofundando-os, onde estes
princípios já são praticados, e concretizando-os, nas situações onde estes fundamentos
ainda não são realidade;
2) Reafirmar o caráter realmente público da educação pública e o caráter precipuamente
social da educação privada;
3) Defender o caráter formativo e cultural da Filosofia e a importância da sua presença no
currículo escolar, garantindo-se, assim, aos estudantes o direito ao conhecimento que a
disciplina proporciona;
4) Defender políticas públicas educacionais em âmbito Estadual e Federal que garantam
condições as adequadas ao trabalho pedagógico, considerando aspectos didáticos,
sociais, culturais e de infraestrutura que interferem na prática laboral dos, professores e
demais profissionais da educação, sobretudo aos que atuam na Educação Básica
Pública, que tem no Estado sua instância mantenedora e na sociedade, sua beneficiária
e, também, instância de controle;
5) Defender o desenvolvimento de uma política nacional para o ensino de Filosofia, a
fim de que sejam garantidas: (1) a formação inicial específica e a formação continuada
permanente de professores de Filosofia para a Educação Básica, garantindo-se, assim,
condições adequadas de ingresso e de aperfeiçoamento profissional a estes docentes; (2)
existência, nas unidades escolares, de materiais didáticos de qualidade e a
disponibilidade de textos clássicos, ferramentas fundamentais para o ensino da
disciplina;
6) Defender a manutenção, nas escolas e Sistemas de Ensino que já garantiram esta
conquista e o estabelecimento, nas escolas e Sistemas onde esta norma ainda não
vigora, que a disciplina de Filosofia conste nas matrizes curriculares do Ensino Médio
com, no mínimo, duas aulas semanais, como condição necessária para o trabalho
pedagógico;
7) Reivindicar a oferta de formação continuada dos professores e demais profissionais da
educação, realizada por instituições públicas, garantindo-se, aos professores dos
quadros próprios das redes públicas que os cursarem, o afastamento temporário
remunerado, sem a necessidade de que estes necessitem exonerar-se ou licenciar-se;
8) Manifestar a preocupação com o retorno do, já outrora recorrente, argumento da
interdisciplinaridade e do tratamento transversal da Filosofia, presente na defesa da
organização curricular do Ensino Médio por áreas de conhecimento (Ciências Humanas
e suas Tecnologias), pois observa-se, nesse recrudescimento, nova tentativa
conservadora de minar a crescente presença da disciplina de Filosofia, com estatuto
científico reconhecido e carga horária específica; no currículo escolar;
9) Defender a ampliação e o estreitamento do diálogo entre o Poder Público, instância de
proposição da política curricular para todas as disciplinas, as unidades escolares,
instâncias públicas ligados às Universidades, que se ocupam do estudo e da pesquisa em
educação e da formação professores o que, na prática, significa estabelecer e/ou reforçar
laços necessários entre a Educação Básica e Educação Superior, relação esta,
fundamental para a conquista da qualidade de ensino almejada pela população;
10) Defender que, enquanto matéria de ensino, os conteúdos filosóficos ao manterem-se
em espaço curricular e circunscrição específica, contribuem, justamente por sua
especificidade, com o estabelecimento de relações interdisciplinares, ou seja, só a
Filosofia, enquanto rigorosamente Filosofia, pode estabelecer relações propriamente
interdisciplinares com as demais disciplinas;
11) Restabelecimento da discussão da Identidade do Ensino Médio como etapa final da
Educação Básica e apoio às políticas de ampliação da jornada escolar;
12) Manifestar preocupação com a forma pela qual são realizados os concursos públicos de
provas e títulos para a seleção dos professores de Filosofia para ministrar aulas nas
escolas públicas estaduais do Paraná e do Brasil. Pesquisas realizadas pelo Núcleo de
Estudos Sobre o Ensino da Filosofia / Educação Filosófica - NESEF, no Estado do
Paraná, sobre o editais dos concursos de 1991, 2004 e 2007 apontam a grande
fragilidade das provas e a completa ausência de instrumentos que avaliem a
competência didática dos futuros professores de Filosofia, reforçando e mantendo a
separação e fragmentação entre conhecimentos específicos e conhecimentos didáticos,
originados no processo de formação inicial dos professores;
13) Ampliação do tempo escolar do Ensino Médio para 04 anos, considerando a realidade
brasileira, na qual, apesar dos esforços governamentais, ainda observa-se o acesso
restrito das maiorias à Educação Superior, o que torna indispensável que a etapa final
da Educação Básica congregue as dimensões de preparação para a vida e de preparação
para o trabalho;
14) Propor, a partir de recursos orçamentários específicos, a instalação de cineclubes nas
escolas e universidades paranaenses, na medida em que a arte e a cultura
cinematográfica podem e devem contribuir com a formação dos estudantes dos
cidadãos;
15) Defender a manutenção do currículo disciplinar pela Secretaria de Estado da Educação
do Paraná e a implementação de políticas e planos educacionais que venham, em curto
e médio prazos, garantir que a disciplina de Filosofia seja ministrada, em todos os
níveis da educação formal neste Estado, por docentes graduados e especializados em
Filosofia, conforme a Deliberação 03/2010 do Conselho Estadual de Educação do
Paraná.
16) Defender o respeito e a garantia, por parte da gestão do governo do Paraná 2011-2014,
aos compromissos assumidos em campanha eleitoral, junto ao coletivo de professores
da escola pública, em relação à manutenção e ao aprofundamento dos programas de
formação continuada, entre eles o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, à
política de carreiras e, sobretudo, à contratação de profissionais mediante concurso
público, reduzindo-se paulatinamente todas as formas de precarização do trabalho
educativo;
17) Alertar para a necessidade da aceitação, por parte da Secretaria de Estado da Educação
do Paraná, das titulações obtidas por professores de seu quadro próprio em cursos do
Mestrado e Doutorado validados e reconhecidos pelos órgãos normativos competentes,
como requisito suficiente para avanço ao terceiro nível da carreira do Magistério,
conforme Plano de Cargos e Salários;
18) Defender que a Secretaria de Estado da Educação do Paraná convoque imediatamente
os professores aprovados no concurso de 2007, bem como, realizem-se novos concursos
públicos para todas as áreas de formação, especialmente para a disciplina de Filosofia,
com abertura de vagas suficientes para suprir a demanda de professores em todas as
escolas públicas que ofertam o Ensino Médio;
19) Alertar para a necessidade da superação de contratações precárias sob a ótica da
preparação acadêmica, avalizadas por resoluções secretariais, às quais permitem que
professores do Quadro Próprio do Magistério e temporários da Rede Pública Estadual
do Paraná, licenciados e/ou habilitados em outras áreas de formação, ministrem aulas de
Filosofia, inclusive nos cursos de Formação de Docentes, bastando que em seus
respectivos históricos acadêmicos conste a carga horária de 120 horas da disciplina;
20) Repudiar, nos estabelecimentos que optaram pela organização do Ensino Médio por
Blocos e nos cursos de Educação de Jovens e Adultos da Rede Estadual de Educação do
Paraná, a diminuição da carga horária da disciplina de Filosofia, em relação às demais
disciplinas, no Ensino Médio, uma vez que não há argumento plausível que possa
sustentar a prevalência de uma disciplina sobre outra;
21) Defender e apoiar a presença de professores de Filosofia na equipe técnico- pedagógica
da Secretaria de Estado da Educação do Paraná e de suas unidades descentralizadas, os
Núcleos Regionais de Educação, a fim de assessorar os gestores da política pública
educacional nas questões pertinentes ao ensino de Filosofia;
22) Defender, no âmbito da normatização das carreiras dos professores do Quadro Próprio
do Magistério da Rede Estadual de Educação do Paraná, a possibilidade da transposição
funcional dos professores graduados e licenciados em Filosofia detentores de padrões
em História, atualmente impedidos de assumir aulas de Filosofia, mesmo desejando
fazê-lo;
23) Reafirmar a necessidade de que os cursos de licenciatura em Filosofia revejam seus
currículos e sua concepção de formação de professores, a fim de atender às demandas
do ensino de Filosofia na Educação Básica do Sistema de Ensino do Estado do Paraná;
24) Propor a realização anual, a partir de 2011, das Olimpíadas de Filosofia pelas escolas
da Rede Estadual de Educação do Paraná, objetivando a mobilização dos coletivos
escolares em relação ao estudo da Filosofia, bem como a divulgação de estudos,
trabalhos e experiências pedagógicas;
25) Apoiar a realização de eventos de pesquisa sobre o Ensino de Filosofia, envolvendo
professores das instituições formadoras de professores de Filosofia, alunos de
graduação e professores da Educação Básica;
26) Apoiar as pautas reivindicatórias dos professores Sociologia, e seus respectivos
coletivos, relativas à disciplina de Sociologia na Educação Básica;
27) Apoiar a criação do Laboratório de Prática de Ensino de Filosofia (LAPEFILOS),
vinculado ao Núcleo de Estudos Sobre o Ensino da Filosofia / Educação Filosófica –
NESEF, como mais um espaço para a produção e divulgação de pesquisas sobre a
prática de ensino de Filosofia e produção de materiais didáticos;
28) Registrar o compromisso público assumido pelo futuro Secretário Estadual da
Educação do Paraná, gestão 2011-2014, Professor Flávio Arns, em carta enviada à
coordenação do Núcleo de Estudos Sobre o Ensino da Filosofia / Educação Filosófica
NESEF, em 08/12/2010 por meio do ofício circular Nº0697/10 em que afirma:
“Destaco a importância do Núcleo que tem por finalidade debater questões
relacionadas ao ensino de filosofia, particularmente na educação básica, bem como
desenvolver iniciativas no sentido de consolidar a sua presença (...) nos currículos.
Lembro que colocar filosofia no Ensino Fundamental e Médio trará benefícios para
educação como todo. A filosofia e a arte são propulsoras de novos olhares, de
infinitas possibilidades de criação, de investigação, de oportunidades de projetar
outro futuro. Permaneço à disposição para os entrosamentos que se fizerem
necessários desejando que o Encontro seja marcado por ações que coloquem a
filosofia no lugar que merece”.
29) Reiterar a necessidade da continuidade de atuação do coletivo de professores de
Filosofia, buscando agregar outras instituições como: graduações em Filosofia no
Estado do Paraná, centros acadêmicos, grupos de pesquisas e outros afins que objetivem
a atuação política e profissional em defesa do lugar da Filosofia na Educação Básica e
no desenvolvimento de pesquisas afeitas ao ensino desta disciplina;
Curitiba, 10 de dezembro de 2010.
COLETIVO DE PROFESSORES DE FILOSOFIA DO ESTADO DO PARANÁ
Curitiba, 10 de dezembro de 2010.
O conjunto de participantes do encontro O Ensino de Filosofia em Foco: Diálogos em
Construção: V Coletivo de Professores de Filosofia do Paraná e XIV Encontro do Núcleo de
Estudos Sobre o Ensino da Filosofia / Educação Filosófica - NESEF, composto por
professores e pesquisadores de Filosofia no Ensino Médio e nas Universidades do Paraná,
lideranças sindicais afeitas à educação e educadores Paranaenses, tendo em vista:
(I) as conquistas educacionais, tanto em termos das Diretrizes Curriculares Estaduais para
a Educação Básica, das Orientações Curriculares Nacionais de Filosofia, da Edição e
distribuição do Livro Didático Público de Filosofia e da Antologia de Textos Filosóficos,
da inclusão da Filosofia no Programa Nacional do Livro Didático do Ensino Médio,
quanto em termos da conquista de um espaço curricular próprio nas três séries do Ensino
Médio, garantido com a aprovação da Lei nº 11.684/2008;
(II) a busca do processo pedagógico emancipatório na Educação Básica, com o qual a
disciplina de Filosofia tem contribuído;
(III) as possibilidades e desafios quanto à organização e implementação das políticas
educacionais nas gestões de Estado que se iniciam no ano de 2011, nos âmbitos Federal e
Estadual;
(IV) as disposições da Declaração de Paris para a Filosofia, ratificadas por diversas
entidades nacionais e internacionais, vem a público para:
1) Reafirmar os imperativos educacionais da gratuidade, qualidade, laicidade, gestão
democrática e atendimento universal, mantendo-os e aprofundando-os, onde estes
princípios já são praticados, e concretizando-os, nas situações onde estes fundamentos
ainda não são realidade;
2) Reafirmar o caráter realmente público da educação pública e o caráter precipuamente
social da educação privada;
3) Defender o caráter formativo e cultural da Filosofia e a importância da sua presença no
currículo escolar, garantindo-se, assim, aos estudantes o direito ao conhecimento que a
disciplina proporciona;
4) Defender políticas públicas educacionais em âmbito Estadual e Federal que garantam
condições as adequadas ao trabalho pedagógico, considerando aspectos didáticos,
sociais, culturais e de infraestrutura que interferem na prática laboral dos, professores e
demais profissionais da educação, sobretudo aos que atuam na Educação Básica
Pública, que tem no Estado sua instância mantenedora e na sociedade, sua beneficiária
e, também, instância de controle;
5) Defender o desenvolvimento de uma política nacional para o ensino de Filosofia, a
fim de que sejam garantidas: (1) a formação inicial específica e a formação continuada
permanente de professores de Filosofia para a Educação Básica, garantindo-se, assim,
condições adequadas de ingresso e de aperfeiçoamento profissional a estes docentes; (2)
existência, nas unidades escolares, de materiais didáticos de qualidade e a
disponibilidade de textos clássicos, ferramentas fundamentais para o ensino da
disciplina;
6) Defender a manutenção, nas escolas e Sistemas de Ensino que já garantiram esta
conquista e o estabelecimento, nas escolas e Sistemas onde esta norma ainda não
vigora, que a disciplina de Filosofia conste nas matrizes curriculares do Ensino Médio
com, no mínimo, duas aulas semanais, como condição necessária para o trabalho
pedagógico;
7) Reivindicar a oferta de formação continuada dos professores e demais profissionais da
educação, realizada por instituições públicas, garantindo-se, aos professores dos
quadros próprios das redes públicas que os cursarem, o afastamento temporário
remunerado, sem a necessidade de que estes necessitem exonerar-se ou licenciar-se;
8) Manifestar a preocupação com o retorno do, já outrora recorrente, argumento da
interdisciplinaridade e do tratamento transversal da Filosofia, presente na defesa da
organização curricular do Ensino Médio por áreas de conhecimento (Ciências Humanas
e suas Tecnologias), pois observa-se, nesse recrudescimento, nova tentativa
conservadora de minar a crescente presença da disciplina de Filosofia, com estatuto
científico reconhecido e carga horária específica; no currículo escolar;
9) Defender a ampliação e o estreitamento do diálogo entre o Poder Público, instância de
proposição da política curricular para todas as disciplinas, as unidades escolares,
instâncias públicas ligados às Universidades, que se ocupam do estudo e da pesquisa em
educação e da formação professores o que, na prática, significa estabelecer e/ou reforçar
laços necessários entre a Educação Básica e Educação Superior, relação esta,
fundamental para a conquista da qualidade de ensino almejada pela população;
10) Defender que, enquanto matéria de ensino, os conteúdos filosóficos ao manterem-se
em espaço curricular e circunscrição específica, contribuem, justamente por sua
especificidade, com o estabelecimento de relações interdisciplinares, ou seja, só a
Filosofia, enquanto rigorosamente Filosofia, pode estabelecer relações propriamente
interdisciplinares com as demais disciplinas;
11) Restabelecimento da discussão da Identidade do Ensino Médio como etapa final da
Educação Básica e apoio às políticas de ampliação da jornada escolar;
12) Manifestar preocupação com a forma pela qual são realizados os concursos públicos de
provas e títulos para a seleção dos professores de Filosofia para ministrar aulas nas
escolas públicas estaduais do Paraná e do Brasil. Pesquisas realizadas pelo Núcleo de
Estudos Sobre o Ensino da Filosofia / Educação Filosófica - NESEF, no Estado do
Paraná, sobre o editais dos concursos de 1991, 2004 e 2007 apontam a grande
fragilidade das provas e a completa ausência de instrumentos que avaliem a
competência didática dos futuros professores de Filosofia, reforçando e mantendo a
separação e fragmentação entre conhecimentos específicos e conhecimentos didáticos,
originados no processo de formação inicial dos professores;
13) Ampliação do tempo escolar do Ensino Médio para 04 anos, considerando a realidade
brasileira, na qual, apesar dos esforços governamentais, ainda observa-se o acesso
restrito das maiorias à Educação Superior, o que torna indispensável que a etapa final
da Educação Básica congregue as dimensões de preparação para a vida e de preparação
para o trabalho;
14) Propor, a partir de recursos orçamentários específicos, a instalação de cineclubes nas
escolas e universidades paranaenses, na medida em que a arte e a cultura
cinematográfica podem e devem contribuir com a formação dos estudantes dos
cidadãos;
15) Defender a manutenção do currículo disciplinar pela Secretaria de Estado da Educação
do Paraná e a implementação de políticas e planos educacionais que venham, em curto
e médio prazos, garantir que a disciplina de Filosofia seja ministrada, em todos os
níveis da educação formal neste Estado, por docentes graduados e especializados em
Filosofia, conforme a Deliberação 03/2010 do Conselho Estadual de Educação do
Paraná.
16) Defender o respeito e a garantia, por parte da gestão do governo do Paraná 2011-2014,
aos compromissos assumidos em campanha eleitoral, junto ao coletivo de professores
da escola pública, em relação à manutenção e ao aprofundamento dos programas de
formação continuada, entre eles o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, à
política de carreiras e, sobretudo, à contratação de profissionais mediante concurso
público, reduzindo-se paulatinamente todas as formas de precarização do trabalho
educativo;
17) Alertar para a necessidade da aceitação, por parte da Secretaria de Estado da Educação
do Paraná, das titulações obtidas por professores de seu quadro próprio em cursos do
Mestrado e Doutorado validados e reconhecidos pelos órgãos normativos competentes,
como requisito suficiente para avanço ao terceiro nível da carreira do Magistério,
conforme Plano de Cargos e Salários;
18) Defender que a Secretaria de Estado da Educação do Paraná convoque imediatamente
os professores aprovados no concurso de 2007, bem como, realizem-se novos concursos
públicos para todas as áreas de formação, especialmente para a disciplina de Filosofia,
com abertura de vagas suficientes para suprir a demanda de professores em todas as
escolas públicas que ofertam o Ensino Médio;
19) Alertar para a necessidade da superação de contratações precárias sob a ótica da
preparação acadêmica, avalizadas por resoluções secretariais, às quais permitem que
professores do Quadro Próprio do Magistério e temporários da Rede Pública Estadual
do Paraná, licenciados e/ou habilitados em outras áreas de formação, ministrem aulas de
Filosofia, inclusive nos cursos de Formação de Docentes, bastando que em seus
respectivos históricos acadêmicos conste a carga horária de 120 horas da disciplina;
20) Repudiar, nos estabelecimentos que optaram pela organização do Ensino Médio por
Blocos e nos cursos de Educação de Jovens e Adultos da Rede Estadual de Educação do
Paraná, a diminuição da carga horária da disciplina de Filosofia, em relação às demais
disciplinas, no Ensino Médio, uma vez que não há argumento plausível que possa
sustentar a prevalência de uma disciplina sobre outra;
21) Defender e apoiar a presença de professores de Filosofia na equipe técnico- pedagógica
da Secretaria de Estado da Educação do Paraná e de suas unidades descentralizadas, os
Núcleos Regionais de Educação, a fim de assessorar os gestores da política pública
educacional nas questões pertinentes ao ensino de Filosofia;
22) Defender, no âmbito da normatização das carreiras dos professores do Quadro Próprio
do Magistério da Rede Estadual de Educação do Paraná, a possibilidade da transposição
funcional dos professores graduados e licenciados em Filosofia detentores de padrões
em História, atualmente impedidos de assumir aulas de Filosofia, mesmo desejando
fazê-lo;
23) Reafirmar a necessidade de que os cursos de licenciatura em Filosofia revejam seus
currículos e sua concepção de formação de professores, a fim de atender às demandas
do ensino de Filosofia na Educação Básica do Sistema de Ensino do Estado do Paraná;
24) Propor a realização anual, a partir de 2011, das Olimpíadas de Filosofia pelas escolas
da Rede Estadual de Educação do Paraná, objetivando a mobilização dos coletivos
escolares em relação ao estudo da Filosofia, bem como a divulgação de estudos,
trabalhos e experiências pedagógicas;
25) Apoiar a realização de eventos de pesquisa sobre o Ensino de Filosofia, envolvendo
professores das instituições formadoras de professores de Filosofia, alunos de
graduação e professores da Educação Básica;
26) Apoiar as pautas reivindicatórias dos professores Sociologia, e seus respectivos
coletivos, relativas à disciplina de Sociologia na Educação Básica;
27) Apoiar a criação do Laboratório de Prática de Ensino de Filosofia (LAPEFILOS),
vinculado ao Núcleo de Estudos Sobre o Ensino da Filosofia / Educação Filosófica –
NESEF, como mais um espaço para a produção e divulgação de pesquisas sobre a
prática de ensino de Filosofia e produção de materiais didáticos;
28) Registrar o compromisso público assumido pelo futuro Secretário Estadual da
Educação do Paraná, gestão 2011-2014, Professor Flávio Arns, em carta enviada à
coordenação do Núcleo de Estudos Sobre o Ensino da Filosofia / Educação Filosófica
NESEF, em 08/12/2010 por meio do ofício circular Nº0697/10 em que afirma:
“Destaco a importância do Núcleo que tem por finalidade debater questões
relacionadas ao ensino de filosofia, particularmente na educação básica, bem como
desenvolver iniciativas no sentido de consolidar a sua presença (...) nos currículos.
Lembro que colocar filosofia no Ensino Fundamental e Médio trará benefícios para
educação como todo. A filosofia e a arte são propulsoras de novos olhares, de
infinitas possibilidades de criação, de investigação, de oportunidades de projetar
outro futuro. Permaneço à disposição para os entrosamentos que se fizerem
necessários desejando que o Encontro seja marcado por ações que coloquem a
filosofia no lugar que merece”.
29) Reiterar a necessidade da continuidade de atuação do coletivo de professores de
Filosofia, buscando agregar outras instituições como: graduações em Filosofia no
Estado do Paraná, centros acadêmicos, grupos de pesquisas e outros afins que objetivem
a atuação política e profissional em defesa do lugar da Filosofia na Educação Básica e
no desenvolvimento de pesquisas afeitas ao ensino desta disciplina;
Curitiba, 10 de dezembro de 2010.
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